Recebi um e-mail com esta mensagem e embora não concorde com tudo o que se diz, aliás porque entendo que haja um custo de manutenção, deixo aqui este registo sobre as chamadas de valor acrescentado e que é sintomático daquilo que as pessoas pensam. Qualquer novo serviço, por mais positivo que seja, se não for suficientemente bem explicado, pode levantar dúvidas e até calúnias.
«É uma vergonha o que se passa com o valor das chamadas telefónicas de ajuda a vítimas de catástrofes. Vejamos então o que se passa com as ditas chamadas: Cada chamada custa a quem a faz 72 centimos (60 centimos + IVA). No entanto para as organizações de ajuda no terreno são canalizados apenas 50 centimos, ou seja mais ou menos 69% do que pagámos. Os restantes 31% - 22 cêntimos - vão uma parte para o IVA 20% e restante não sabemos bem para quem.
Assim, dos 72 centimos que oferecemos, temos que:
- organizações de Solideriedade recebem 50 centimos
- para os cofres do governo através do IVA 20% 12 cêntimos
- não sabemos exactamente para quem vai 10 centimos
É aqui que acho haver uma grande IMORALIDADE pois estas chamadas têm o mesmo tratamento por parte das autoridades que qualquer outra chamada de valor acrescentado, como se a pessoa que a efectua estivesse num qualquer concurso que agora por aí prolíferam, e não a ajudar quem necessita.
Mais ainda é de estranhar, porque se fizermos um donativo em dinheiro para qualquer instituição de solideriedade, a pessoa ou entidade que o faz vai ter benefícios fiscais em sede de IRS e IRC conforme seja pessoa singular ou colectiva.
É claro que se analisarmos isto apenas por uma chamada, os valores são irrisórios. No entanto, é preciso não esquecer que são muitos milhares de chamadas que estão em questão. Por exemplo:
É vulgar ouvirmos, numa qualquer estação de televisão que esteja a patrocinar uma dessas campanhas, que já conseguiram angariar 200.000 euros para uma tal organização. Asim temos que foram feitas 400.000 chamadas que custaram a quem as fez 288.000 eurs ou seja mais 44% do que o valor que a organização recebeu, sendo que 40.000 euros (20%) não sabemos exactamente para onde foram e os outros 48.000 euros (24%) foram para o governo através do IVA.
Ora olhando para os números acima temos que concordar que o negócio é no mínimo apetecível.
Por isso acho vergonhoso e IMORAL e é obrigação de todos alertarmos para esta situação divulgando-a o mais possível com o fim de que pelo menos o valor do IVA seja retirado ou melhor ainda, seja acrescentado aos tais 50 centimos e entregarem não 50 mas 62 centimos ás organizações de soliriedade que actuam no terreno.
Em relação aos outros 10 centimos é de lamentar como se aproveita o sofrimento de uns e a solideriedade de outros para se fazer negócio.»
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