A EDP quer ampliar a sua parceria com a agência para os refugiados da ONU, através de uma campanha na qual vai pedir aos clientes para contribuírem com quatro euros anuais, anunciou quinta-feira o presidente da empresa, António Mexia.
Numa conferência de imprensa conjunta com o Alto-comissário das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), António Guterres, o presidente da EDP afirmou que o projecto realizado no campo de refugiados de Kakuma funcionou e quer “que ele seja agora replicado”.
“Queremos multiplicar este efeito através dos nossos parceiros e dos nossos clientes. Vamos lançar o desafio aos portugueses para que, com verbas relativamente simbólicas, cerca de quatro euros por ano ou 30 cêntimos por mês, conseguir mais fundos para intervir nos campos dos refugiados”, declarou António Mexia.
A conferência foi dada durante a Iniciativa Global Clinton, em Nova Iorque, no âmbito da qual há um ano a EDP e o ACNUR acordaram esta iniciativa. Desde essa altura, a EDP já investiu 1,3 milhões de euros no campo de Kakuma, no norte do Quénia, onde vivem cerca de 70 mil pessoas.
Fornos solares, captação de água, iluminação pública e actividades educativas foram algumas das actividades empreendidas tendo como base as energias renováveis.
Para o presidente da EDP, ao ajudar populações numa área onde não tem investidores nem clientes, a empresa mostrou ter “uma visão global, ambição global e responsabilidade global”.
A EDP está agora a estudar a ampliação do projecto à totalidade do campo de Kakuma e a outro campo de refugiados em África. Para isso, vai procurar ajuda de outras empresas e dos seus clientes portugueses a quem dar oportunidade, “de uma forma muito transparente, seguir o seu investimento, de ver o impacto do seu envolvimento na alteração da vida de muitas pessoas”, afirmou António Mexia.
António Guterres considerou a parceria com a EDP “uma parceria triplamente exemplar”. Primeiro porque “associa uma empresa privada a uma causa social e o faz permitindo que a empresa traga a sua competência técnica na sua área de especialidade, mas também a sua capacidade de gestão de projectos”. Em segundo lugar é “exemplar na medida em que usa a inovação tecnológica para resolver problemas que não têm solução no quadro das energias tradicionais”.
E em terceiro lugar, acrescenta, “porque se trata de utilizar tecnologias sustentáveis, tanto porque se tratam de energias renováveis, mas também porque estão a ser levadas a cabo com a utilização simultânea de mão de obra local, que ganha a capacidade de assegurar a sua manutenção e de permitir que este projecto se possa manter indefinidamente, garantindo o serviço às populações abrangidas”.
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