Das empresas de "executive search" contactadas pelo PÚBLICO apenas a Amrop admite seleccionar e recrutar gestores de topo para organizações não-governamentais. Maria da Glória Ribeiro, "managing partner", revela que são as empresas que patrocinam as ONG que solicitam e pagam os serviços de "executive search" e é das áreas de educação, saúde e sustentabilidade ambiental que chega o maior número de pedidos.
"Não tenho dúvidas de que com a profissionalização em geral destas organizações, haverá, inevitavelmente, mais pedidos. A percentagem ainda é pequena, mas nos últimos cinco anos temos feito cerca de quatro recrutamentos por ano", diz.
O perfil pretendido tem algumas "particularidades". É preciso estar "preparado para viver na ambiguidade e enfrentar obstáculos que, por vezes, são irracionais numa organização privada". O valor do salário a oferecer tem peso na resposta do candidato e é, para João José Fernandes, director-geral executivo da Oikos, um dos maiores entraves à captação de quadros com experiência.
São os jovens em início de carreira que mais colaboram na Oikos, tal como trabalhadores em situação de pré-reforma e com experiência profissional, preciosa para a organização.
"É quase impossível recrutar alguém com 40 anos e no auge da sua carreira", assume João José Fernandes que lidera a organização, a primeira em Portugal a publicar um Relatório de Sustentabilidade.
A profissionalização das ONG é uma tendência para ficar até porque, refere Rui Loureiro, da consultora Sair da Casca, para captar financiamento as organizações sem fins lucrativos precisam de, cada vez mais, informar os seus parceiros da forma como gastam os donativos. "Em Portugal, as empresas não têm estratégias de filantropia e a continuidade dos projectos está anualmente posta em causa.
A prestação de contas facilita a continuidade dos projectos e retém doadores", lembra. Lá fora, diz João José Fernandes, "a sociedade já percebeu que para ter ONG a prestar contas, é preciso ter recursos humanos competitivos e bem remunerados".
Público - Caderno de Economia (3 de Outubro)
por Ana Rute Silva
"Não tenho dúvidas de que com a profissionalização em geral destas organizações, haverá, inevitavelmente, mais pedidos. A percentagem ainda é pequena, mas nos últimos cinco anos temos feito cerca de quatro recrutamentos por ano", diz.
O perfil pretendido tem algumas "particularidades". É preciso estar "preparado para viver na ambiguidade e enfrentar obstáculos que, por vezes, são irracionais numa organização privada". O valor do salário a oferecer tem peso na resposta do candidato e é, para João José Fernandes, director-geral executivo da Oikos, um dos maiores entraves à captação de quadros com experiência.
São os jovens em início de carreira que mais colaboram na Oikos, tal como trabalhadores em situação de pré-reforma e com experiência profissional, preciosa para a organização.
"É quase impossível recrutar alguém com 40 anos e no auge da sua carreira", assume João José Fernandes que lidera a organização, a primeira em Portugal a publicar um Relatório de Sustentabilidade.
A profissionalização das ONG é uma tendência para ficar até porque, refere Rui Loureiro, da consultora Sair da Casca, para captar financiamento as organizações sem fins lucrativos precisam de, cada vez mais, informar os seus parceiros da forma como gastam os donativos. "Em Portugal, as empresas não têm estratégias de filantropia e a continuidade dos projectos está anualmente posta em causa.
A prestação de contas facilita a continuidade dos projectos e retém doadores", lembra. Lá fora, diz João José Fernandes, "a sociedade já percebeu que para ter ONG a prestar contas, é preciso ter recursos humanos competitivos e bem remunerados".
Público - Caderno de Economia (3 de Outubro)
por Ana Rute Silva
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