Avançar para o conteúdo principal
Ken Burnett, comunicador, mentor na área do fundraising e autor de livros como “Relationship Fundrai­sing” e “The Zen of Fundraising”, especializados no desenvolvimento de bases de doadores e em formas de comunicar com estes, foi um dos keynote speakers do Seminário de Fundraising Call to Action. Este é um extracto de uma antiga entrevista que deu è Revista Marketter (n.º 178), mas que vale a pena reler... em temos de crise.
Quais os principais pontos que devem orientar as estratégias de Fundraising do Terceiro Sector, tendo em conta o actual contexto económico?
Os angariadores de fundos encontram­-se sempre, e por definição, num período de carência. Para nós, nunca há uma altura em que é fácil arranjar dinheiro. Mas indepen­dentemente de quão difíceis são os tempos, existem muitas pessoas a tomar consciên­cia de que estão melhores do que outras. Por isso, fazem donativos. Em períodos como o actual temos apenas de descobrir a linguagem certa e formas de falar com as pessoas. Num contexto de recessão, a última coisa que uma instituição de caridade deve fazer é reduzir os investimentos na angariação de fundos. Pelo contrário, é esta a altura certa para investir de forma arrojada nessa estratégia. Da História podemos retirar uma lição clara: as organiza­ções que reduzem os planos de angariação de fundos em tempos difíceis batalham, invaria­velmente, para voltar a ser o que eram antes. Aquelas que mantêm os investimentos nesta actividade e chegam mesmo a reforçá-los, por exemplo, na aquisição ou manutenção de do­adores, são as primeiras a prosperar quando os tempos melhoram.
O que deve motivar os doadores – com destaque para as empresas – para práticas de angariação de fundos?
As empresas raras vezes são generosas por conta própria. É seu dever maximizar os re­tornos para os accionistas, por isso as causas devem apelar aos indivíduos dentro dessas empresas, de forma a persuadi-los de que uma política de responsabilidade social corpora­tiva pode dar frutos. As empresas apoiarão as causas que os seus colaboradores querem apoiar ou em que possam ser vistas enquanto apoiantes de uma causa particular. Compor­tam-se de forma lógica ou ilógica. A emoção raramente tem influência. Mas para ser since­ro, os donativos das empresas, em termos de rendimentos, não são uma importante fonte de fundos para a maior parte das instituições de caridade. As estratégias de dádiva indivi­dual compensam muito mais e de forma mais fiável, a longo prazo.
Que conselhos pode dar a instituições do Terceiro Sector para evitar erros e armadilhas da angariação de fundos?
Poderia dizer, simplesmente, para lerem os meus livros, “Relationship Fundraising” e “The Zen of Fundraising”. Mas a resposta é mais simples que isso. Os angariadores de fundos devem copiar os melhores. Estudar o que funcionou com outras organizações e adaptar à sua o que aprenderam. Há que fazer o trabalho de casa, organizar as bases, como os serviços de donativos, a estratégia de feedback, os processos de boas-vindas e agradecimento… As instituições têm de fazer com que seja um prazer ser doador. Assim, independentemente dos fossos em que elas possam cair, serão os doadores a puxá-las para cima.

Comentários

Mensagens populares deste blogue

Las siete reglas de oro de la captación de fondos

Independientemente de si eres nuevo o ya conoces bien la profesión de la captación de fondos, de si captas fondos a través de la web o del modo tradicional (o ambos), te presentamos a continuación una serie de conocimientos y técnicas básicas que te serán útiles en tu trabajo. Si logras dominarlas, aumentarás las posibilidades de captar más dinero y de disfrutar de tu trabajo. Mucha gente simplemente se lanza a esta profesión sin haber aprendido previamente cuáles son los fundamentos de esta industria. No se aprenden de la noche a la mañana y puede que alguno de los consejos siguientes sean más fáciles de llevar a cabo que otros. Puede que necesites recurrir a ayuda externa, consultar a expertos o asistir a clases para que llegues a dominar aquello que necesites saber. Si necesitas ayuda, no dudes en pedirla. Te facilitará el trabajo. A continuación te exponemos algunas reglas de oro: 1. Estudia los argumentos que pueden ser útiles a tu organización a la hora de conseguir apoyo y la me...

MOVIMENTO ANTI-POPOTA, LEOPOLDINA E ARREDONDAMENTOS!!!

É extraordinário como é fácil fazer grande caridade com o dinheiro dos outros!!! Pedem-nos "apenas" dois euros e fazem-nos o favor de doar um para a caridade. Claro que quem aparece a doar no final vários milhares são os donos dos grandes armazéns ... com o nosso dinheiro!! Reparem no que diz o site de um desses supermercados: "Nestes últimos três anos conseguimos angariar (...) um montante superior a um milhão de euros, " .... Extraordinário realmente, sobretudo se pensarmos que esse milhão de euros foi automaticamente deduzido dos impostos desta empresa .... como se fosse dinheiro deles e não nosso. Se querem dar para caridade dêm directamente ... ou se eu vos pedir vocês dão-me a mim para eu poder doar?! Então porque dão aos Modelos, Continentes, e Wortens? Eles têm obrigação e responsabilidade social a cumprir! Exijam! Se concordarem comigo enviem para outras pessoas.   (PS. Esta mensagem não é minha mas subscrevo o seu conteúdo)

Vencedor de prémio do Euromilhões vai doar 50 milhões de euros

Um francês, que ganhou um prémio do Euromilhões em Fevereiro no valor de 72 milhões de euros, vai doar 50 milhões a associações solidárias do seu país. A doação do homem, que pediu o anonimato, à entidade que gere os jogos de sorte é uma das maiores alguma vez feita por vencedores daquele jogo.   Segundo a RTL, o francês validou o boletim em Haute-Garonne, sudoeste de França, e após ser conhecida a chave sorteada ainda levou alguns dias a reclamar o prémio de 72.149.579 euros. Três meses após o sorteio, o homem vai doar quase dois terços do prémio a associações de solidariedade de um dos nove países que participa no Euromilhões, incluindo Portugal.   A FDJ, entidade francesa que gere os jogos da sorte, indica que o vencedor é um homem com cerca de 50 anos, sem filhos, que tem uma “fibra solidária”. É um “generoso doador anónimo” e pretende seguir com “atenção o que irá acontecer com os fundos”, acrescentou, citada pela AFP. Não é a primeira vez que um fr...